Medidas de biossegurança para prevenir a gripe aviária

Com a expansão da gripe aviária, cujos primeiros casos foram confirmados em Portugal no início de 2025, a biossegurança em avicultura é um tema prioritário.
Embora a maioria dos protocolos de biossegurança sejam standard, é sempre melhor ter em conta os requisitos específicos de cada exploração incluindo as boas práticas de limpeza e desinfeção de equipamentos que se utilizem em diferentes instalações, para evitar possíveis contaminações entre pavilhões e/ou explorações.
Sinais e sintomas da gripe aviária em aves de capoeira
A gripe aviária, uma doença causada pelos vírus da gripe do tipo A, pode infetar tanto aves selvagens como domésticas. Vários fatores podem contribuir para a disseminação da gripe aviária, como os padrões de voo das aves migratórias, o comércio internacional e pontos de contato cruzado entre humanos e aves selvagens. A gripe aviária é detetada com mais frequência em regiões mais frias, devido à resistência do vírus a temperaturas baixas a muito baixas.
Existem dois tipos clínicos de vírus da gripe das aves: altamente patogénico (HP) e de baixa patogenicidade (LP). As estirpes HP da gripe aviária podem propagar-se rapidamente entre bandos de aves de produção causando falência de múltiplos órgãos e níveis elevados de mortalidade. As estirpes LP da gripe aviária manifestam-se como infeções assintomáticas, doenças respiratórias e/ou quebras de produção.
Sintomas da gripe aviária
- Morte súbita das aves.
- Descoloração arroxeada da cabeça, olhos, crista e barbela.
- Ovos de casca mole ou disformes.
- Diminuição da produção de ovos.
- Falta de energia, apetite e descoordenação motora.
- Diarreia.
- Corrimento nasal.
- Tosse ou espirros.
- Penas eriçadas.
Como prevenir a gripe aviária em aves de produção
Os vírus da gripe aviária propagam-se através do contacto direto com aves infetadas ou através de alimentos, água, equipamentos e vestuário contaminados. Por conseguinte, a biossegurança é o primeiro e mais importante método de prevenção nos aviários. Recomendam-se as seguintes medidas:
Barrar o acesso de animais selvagens: evite pontos de atração como água parada, ração derramada e acumulação de resíduos. Instale dispositivos dissuasores, como redes e telas, gel repelente, e espanta pássaros, que devem ser mudados de local e substituídos com frequência.
Controlar o acesso de pessoas e equipamentos: Se houver aves selvagens infetadas na zona, reduza a circulação de pessoas, veículos ou equipamentos de e para o aviário. Troque de roupa antes e depois do contacto com as aves e assegure-se de que todos os visitantes fazem o mesmo.
Manter elevados níveis de sanidade: Limpar e desinfetar regularmente as instalações do aviário, os equipamentos, veículos e até o calçado. Nos aviários comerciais, limpar e desinfetar as instalações no final de cada ciclo de produção. Lavar bem as mãos antes e depois do contacto com as aves.
Manter a vigilância e elaborar relatórios: No mínimo, siga a legislação vigente relativa à monitorização de reprodutores e aos protocolos de testagem. Contacte um veterinário se tiver dúvidas. Reporte os casos de doença e morte de aves às autoridades competentes. Uma ação rápida ajudará a proteger outros efetivos na zona, se a doença for confirmada.
Uma gestão eficaz dos bandos é crucial para reduzir o risco de gripe aviária e proteger os efetivos de potenciais surtos. Ao implementar medidas de biossegurança robustas, sanidade adequada e monitorização regular da saúde das aves, os avicultores podem ajudar a proteger os seus aviários. Estar vigilante e ser proativo é fundamental para garantir a saúde e a produtividade das aves face à evolução das doenças.
Autores: Becca Saunders e Colm Ronan.